sábado, 26 de fevereiro de 2011

Desabafo de uma sexta em casa e sem álcool

Hoje é sexta e eu estou sóbrio, em casa e fazendo resumos para um trabalho de sociologia. Quanta felicidade! Quanta coisa guardada e quanto ódio de certas pessoas. Preciso voltar a escrever sobre o que eu sinto, porque estou desacostumado a expor e guardar isso não é legal. Guardar muita coisa até explodir. Então vou desabafar, porque desabafar com os amigos já saturou (eles não eu). Vamos começar.
Primeiro vou falar do meu curso na faculdade. Museologia. Em geral, é um bom curso, tem futuro, mas não é o que eu quero. Ponto. Eu não sei o que fazer, uma hora eu quero ficar, outra eu quero sair, estou muito confuso e não tenho nenhum apoio da minha família para isso. Triste. Meu sonho (até o momento, sabe sou muito volátil até em utopias) é fazer algo ligado as artes. Artes Visuais é o que eu devia ter tentado. Devia. Não tentei. Preciso decidir os rumos da minha vida, mas eu realmente estou confuso.
Segundo. Eu, eu mesmo e o espelho ainda estamos em crises. Isso crises no plural porque são tantas que me sinto doente. Eu sei eu nunca vou ter aquela pele linda, os cachos loiros e definidos e aqueles olhos grandes e azuis iguais ao do garoto que vi hoje de manhã, mas é tão difícil aceitar meu cabelo loiro escuro (acinzentado sei lá) e crespo, indefinido, as espinhas e esses olhos castanhos e tão mortais, comuns e tristes. Eu não tenho ninguém, tive e decepcionei e eu sei que a gente continua vivendo, mas é tão ruim não ter com quem compartilhar nessa vida. Passo meus dias iguais e eu queria só um pouquinho de autoestima para superar isso.
E terceiro. Não aguento mais minha cabeça explodindo de dor, trabalhos imensos da faculdade que eu não vou conseguir fazer, meus dentes tortos que me impedem de tirar fotos de perfil (fico feio, bicudo) e brigas com a família que desgastam minha vontade de viver na mesma casa que eles. Eu quero me curar de tudo isso, mas eu nem sei por onde começar. Talvez procurando um psicólogo...
No fundo meu maior desejo e descansar por uns dias. Dormir um pouco. Quando acordar os problemas ainda vão estar por aqui, mas eu estarei mais descansado e calmo e pronto para resolvê-los. Ou pelo menos terei uma nova visão, uma nova perspectiva. Enfim. A conclusão de tudo é que não tenho mais paciência para mim, não me aguento mais e se pudesse me excluiria do convívio social. Infelizmente isso não é possível. Não posso me libertar de mim mesmo, mas posso me libertar de certos vícios e situações.
E hoje é sexta e eu aqui sem álcool e fazendo resumos...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

E só me restou esquecer



E agora só me restou esquecer da gente. Porque eu preciso seguir. Porque já passou muito tempo e talvez essa seja a coisa mais difícil que eu faça. Porque os sentimentos são tão confusos e tão difíceis de controlar. Porque quem ama nunca vai esquecer, por mais que tente, por mais que mentaliza, por mais que seja preciso, o sentimento sempre vai estar lá sufocado em algum lugar.
Nós erramos, em algum lugar nós erramos e agora todo aquele passado parece tão distante. O que é uma droga, porque ainda me magoa ter essas lembranças comigo. Talvez sirva de lição para mim. 
E mesmo que você ainda me faça rir, que me deixe bem,  que me faça sentir a vida de outra forma... Eu preciso ficar longe, correr pra longe, longe de tudo relacionado ao que nós fomos, porque eu preciso respirar, eu não posso criar esperanças, eu não quero me machucar. 
Mas eu não consigo, eu sempre caio de novo e de novo, eu quero desistir, eu quero me iludir e me entregar ao que nós fomos. Eu quero desistir de lutar e simplesmente cair. Cair de amor por algo que não pode ser mais. Nunca mais.
E eu sei que uma hora dessas eu vou, finalmente, conseguir dizer adeus e eu sei que vai doer, mas lá fora há um mundo, um mundo de chances de ser feliz com outra pessoa. Não você.